Transporte marítimo consciente do clima: como navegar no cenário regulatório em evolução
A sustentabilidade em transporte e logística continua evoluindo e flutuando à medida que o final de 2024 se aproxima. As futuras regulamentações internacionais, as lideranças governamentais recém-eleitas e as mudanças nas políticas criarão um ambiente fluido para embarcadores e transportadoras, levando a cadeia global de fornecimento a se adaptar às novas pressões emergentes e às possíveis mudanças regulatórias.
Regulamentações internacionais que afetam o transporte
Os transportadores globais com metas climáticas se beneficiarão das regulamentações internacionais que exigem divulgações de sustentabilidade ou visam acelerar a adoção de métodos de transporte de carga mais sustentáveis. Mesmo empresas sem metas climáticas públicas operarão em ambientes regulatórios que penalizam práticas ambientalmente prejudiciais. As seguintes principais tendências e regulamentações de sustentabilidade afetarão o transporte marítimo global em 2025 e além.
Os mandatos de divulgação para relatórios globais de emissões continuarão
Ao longo de 2024, empresas globais se prepararam para a implementação da Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) da União Europeia (UE), mesmo que estejam domiciliadas em outro lugar. A partir de 2025, a CSRD exigirá que muitas empresas com grande presença europeia apresentem relatórios públicos sobre metas climáticas, progresso e dados.
Prevê-se que mais de 50.000 empresas em todo o mundo precisem cumprir este mandato da UE para informar sobre pessoas e meio ambiente, incluindo emissões de gases de efeito estufa da cadeia de valor do Escopo 3, poluição, água, resíduos e muito mais.
Os mandatos regionais afetarão as empresas, independentemente dos compromissos de sustentabilidade
A partir de 1º de janeiro de 2025, a Iniciativa de Aviação RefuelEU exige uma mistura sustentável de 2% de combustível de aviação para determinados fornecedores, aeroportos e companhias aéreas em toda a UE. Os voos que partem de países da UE terão uma sobretaxa e os relatórios sobre os benefícios das emissões serão complexos. O mandato continuará a aumentar, chegando a 6% até 2030 e 20% até 2035.
Os mandatos tentarão incentivar a mudança de acordo com as metas regionais
Os mecanismos baseados no mercado continuarão a impulsionar a sustentabilidade em regiões onde a descarbonização é uma prioridade. Na busca da neutralidade de carbono pela UE, o Sistema de Comércio de Emissões da UE (ETS) funciona por meio de um princípio de “limite e comércio” para limitar as emissões totais permitidas.
Os embarcadores continuarão a ver aumentos de preços implementados pela transportadora marítima para cobrir os custos dos esforços de conformidade se não adotarem tecnologias mais limpas ou operarem com mais eficiência. Por isso, as decisões de transporte devem considerar não apenas as aspirações climáticas da própria empresa, mas também as aspirações climáticas regionais dentro da área de operação.
Mandatos ambientais nos Estados Unidos
Conforme declarado no Freight Market Update de novembro, o presidente eleito Trump indicou uma mudança na política relacionada à cadeia de fornecimento e uma redução nas exigências ambientais nos Estados Unidos. Para acompanhar melhor as tendências legislativas e como elas mudarão com a nova administração, é importante considerar o propósito pretendido dos regulamentos e como eles pretendem atingir suas metas.
Por exemplo, nem todos os mandatos abordam explicitamente as mudanças climáticas, mas motivam a redução de gases de efeito estufa ou incentivam a descarbonização da indústria por meio de outras metas, como qualidade do ar ou eficiência energética.
Objetivo dos regulamentos
Como isso é feito
Os itens acima são exemplos resumidos de mandatos notáveis, mas não pretendem ser um exemplo abrangente de todos os mandatos.
Principais áreas a serem observadas à medida que os regulamentos mudam
Os transportadores que optarem por não alterar as metas climáticas gerais ainda devem prever como as mudanças nas regulamentações afetarão os planos de descarbonização existentes. Aqui estão algumas coisas a serem observadas à medida que o cenário regulatório muda:
Mudanças no ROI dos planos de curto prazo
Embora os preços do diesel renovável sejam atraentes ou quase iguais aos do diesel convencional em algumas regiões, pode se tornar mais difícil provar um ROI positivo em um contexto de negócios. Por exemplo, o presidente eleito Trump pretende aumentar o acesso ao petróleo e reduzir os custos do diesel. Consequentemente, combustíveis alternativos ou outros caminhos para a descarbonização podem se tornar menos acessíveis ou financeiramente atraentes.
Projeções ajustadas de custo ou disponibilidade para soluções ideais
As próximas mudanças na política podem incluir regras mais rigorosas sobre créditos e incentivos fiscais para veículos elétricos (EV). Embora esses benefícios possam não ser eliminados, diretrizes mais rígidas podem tornar as vendas ou a compra da tecnologia menos atraentes. Nos EUA, possíveis novas tarifas sobre as importações chinesas podem limitar a disponibilidade de veículos elétricos devido aos altos preços. Além disso, o suporte à infraestrutura de EV pode não ser tão conveniente ou robusto, o que pode impactar os cronogramas de descarbonização.
Maior necessidade de investimento do transportador, menor dependência da regulamentação
Regulamentações dos EUA, como a Advanced Clean Fleets (ACF), atualmente exigem uma isenção da Agência de Proteção Ambiental (EPA). Essa regra fornece acesso exclusivo a caminhões de carga com emissão zero nos portos e pátios ferroviários da Califórnia até 2035 e é a regra complementar à Advanced Clean Trucks (ACT). Os embarcadores precisarão depender menos das regulamentações para movimentar o mercado e investir mais intencionalmente com a transportadora, os participantes da infraestrutura e os fabricantes de equipamentos originais (OEMs).
Navegar por essas mudanças não precisa ser complexo. C.H. Robinson pode ajudar a navegar pelos relatórios de emissões em todos os modos e fornecer informações sobre as alavancas de redução de emissões exclusivas de sua cadeia de fornecimento.